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Tratamento odontológico pode evitar suspensão de quimio e radioterapia

  • Dr. Marcelo Zandoná
  • 4 de mai. de 2016
  • 3 min de leitura

Tecnologia


Indispensáveis no combate ao câncer, a químio e a radioterapia podem ter um efeito colateral que pode ser significativo para o quadro clínico dos pacientes: a mucosite oral. São ulcerações na mucosa da boca que, em casos mais graves, fazem o médico optar por interromper o tratamento oncológico. É exatamente para evitar que medidas como essa sejam tomadas que o Laboratório Especial de Laser em Odontologia (LELO), da Faculdade de Odontologia (FO) da USP, vem investindo na capacitação de profissionais na área de laser. “Desde 2002, o laboratório oferece gratuitamente, tratamento a pacientes com mucosite oral decorrente de químio e radioterapia utilizando lasers de alta e de baixa potência”, explica Alyne Simões, colaboradora no atendimento clínico no LELO e doutoranda no centro de pesquisa em biologia oral da FO. “Mas a partir de 2005, quando conseguimos financiamento da Fapesp no caso de pacientes submetidos à radioterapia de cabeça e pescoço – o projeto ganhou força”.


De acordo com ela, um dos principais objetivos do serviço hoje é capacitar e formar grupos de dentistas que saibam, com a utilização do laser, prevenir e cuidar do problema de maneira adequada. Grupos que atuariam diretamente nos hospitais, aproximando o tratamento oncológico dos cuidados com a saúde bucal. As conseqüências da toxicidade de tratamentos químio e radioterápicos são sentidas, sobretudo, naquelas células que se renovam constantemente. É este o caso das células dos cabelos, das unhas – e da mucosa da boca.


Uma vez submetida à radiação, a mucosa tem dificultada sua capacidade de renovação: aparecem, então, as lesões ulcerativas. Dentre os pacientes submetidos à radioterapia de cabeça e pescoço, uma grande porcentagem irá desenvolver algum nível de mucosite oral. A Organização Mundial de Saúde classifica a mucosite oral em quatro estágios. A partir do terceiro, o paciente já não tem condições de ingerir alimentos sólidos, apenas líquidos; no quarto e mais grave, nem líquido – não há outra maneira de se alimentar que não por meio da sonda. “Às vezes, o paciente sente muita dor, e sua capacidade de fala também fica comprometida. Existe um efeito nocivo sobre sua qualidade de vida, e ele já está psicologicamente afetado por conta da doença, do câncer”, observa Alyne.


Se o oncologista, por conta de uma mucosite severa, decide pela suspensão do tratamento antineoplástico (a químio e a radioterapia), há riscos de que se perca o controle do crescimento tumoral. Aumenta, assim, o tempo do tratamento do câncer, impõe-se ao paciente um dano psicológico grave. A interrupção, explica Alyne, é o caso extremo.


Mas há outros problemas: “A mucosite oral pode causar uma infecção secundária, iniciada pela boca do paciente. É muito sério, pode ter como conseqüência morbidade e até mortalidade”. A prevenção é uma estratégia para reduzir o desenvolvimento de mucosites, e Alyne ressalta que a maneira ideal de se fazer isso é com uma equipe multidisciplinar cuidando de cada caso, uma equipe da qual participem médicos e dentistas. “A idéia do professor Carlos de Paula Eduardo, atual diretor da FO e responsável pelo LELO, é – em nível nacional treinar e capacitar equipes que atuem juntamente com oncologistas”. Em alguns hospitais particulares, faz parte do protocolo o tratamento odontológico de pacientes com câncer. No caso do LELO, há uma parceria com alguns hospitais da rede pública. Eles enviam pacientes e estes que são submetidos ao tratamento com laser.





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